A Pecuária Brasileira: Protagonismo Global e Recordes Históricos.

Ainda que as exportações do Agronegócio Brasileiro tenham diminuído, o balanço do ano passado mostra que as exportações do setor atingiram US$ 164,4 bilhões, representando incríveis 48,8% das exportações totais do país¹, mantendo-se como principal atividade exportadora nacional. Desses, US$ 26,1 bilhões decorreram da pecuária, que cresceu 11,4% e estabeleceu novos recordes de receitas na bovinocultura, na suinocultura e na avicultura², de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal e com o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Dentro do mercado de carnes, US$ 12,8 bilhões foram movimentados apenas com a exportação de carne bovina, grande protagonista do ano de 2024. O aumento 21,7%, se comparado a 2023, teve como destino mercados já tradicionais, como China, Estados Unidos e União Europeia, e mercados em franca expansão comercial com o Brasil, como África, Oriente Médio, do qual se destacam os Emirados Árabes, e o México³, que vêm se mostrando grande player para o mercado brasileiro com o Pacote contra a Inflação e a Fome, que zera as tarifas para produtos da cesta básica mexicana e contribui para a presença de produtos brasileiros naquele país. A exportação in natura da carne bovina foi, de longe, o produto mais comercializado no mercado de carnes (US$ 11,6 bilhões)⁴.

A carne de frango também merece destaque, tendo movimentado impressionantes US$ 9,7 bilhões, um aumento de 1,3% se comparado ao ano retrasado. Por sua vez, a carne suína também apresentou forte alta, com aumento de 7,4% nas receitas decorrentes da exportação, superando, pela primeira vez, os US$ 3 bilhões.

Ressalta-se que a comercialização in natura no mercado de carnes foi a que gerou maior movimentação financeira e em toneladas no período. Apenas a carne de frango in natura demonstrou discreta queda, mas manteve-se no Top 10 produtos mais exportados pelo Brasil em 2024. A carne suína in natura mostrou crescimento acima dos 7% e a bovina in natura apresentou enorme crescimento acima dos 20%, passando a ser o 6º produto mais exportado pelo país.

Vale destacar que as projeções de 2025 são animadoras. No cenário externo, novas aberturas de mercados na América Central e África são esperadas para as carnes de aves e suínas. Com o recente anúncio da abertura na Costa Rica, o Brasil soma, ao todo 304 aberturas para o Agronegócio Brasileiro, 63 desde 2023⁵ e 4 somente em 2025. Além disso, também é esperado o estreitamento de relações comerciais com mercados já existentes, a exemplo do México que recentemente renovou o Pacote contra a Inflação e a Fome. Por fim, o Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia, em fase final de celebração, tende a desenvolver ainda mais as exportações de carnes, principalmente bovinas, do Brasil ao bloco econômico europeu. A pecuária, talvez, nunca esteve tão bem!